sábado, 19 de dezembro de 2009

RIO 1

Em Guanariver, cidade toda de programa,havia imagens de paus duros em banheiros públicos.

Cidadões fluminenses queriam ir à passeata do Cabral, o filho, que chorara na televisão pelo dinheiro dos royalties do petróleo da Bacia de Campos que iria ser perdido para outros estados. A passeata ia acontecer na cidade das enchentes de chuvas.

À sombra de pestanas, de cílios, de lábios... perto de chopp e da porção de queijo prata, o brasileiro hospedado no Hotel Itaguaí estava sentado numa das poltronas forradas de plástico, sob luz amarela de luminoso de acrílico dando para ruela da Cinelândia, para os lados da Rio Branco.Do outro lado, a Biblioteca Nacional.

O porteiro notou quando todos os carros começaram a piscar seus faróis e luzes baixas enquanto cidadões começaram a se apressar tocados ali na cinelândia pela chuva sobre a passeata.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

:RIO 2

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O lábio inferior do brasileiro pensa seu estado de independência. Sem se envolver com rostos correndo da passeata.
O porteiro, com seus lábios, os mexia, solta palavrões em tom baixo ao presenciar a corrida desabalada.

Direto de Guanariver, as dobras das calças brasileiras, e camisa limpa, em pé à entrada do Itaguaí vê, rápido, a mulher com cabelos molhados,cheia de palavras de ordem da passeata oficial da cidade coladas pela chuva na sua cara.

Aquelas que se liam entre gotas da marquise do hotel cujo nome luminoso de acrílico balançava-se.