Dudu:
as palavras são um restinho de vida,
as palavras são chocolates,
elas são ácidos
lisérgicos,
as palavras
são maçãs.
Dudu:
palavras são de uma solteirice só,
mas querem casar, palavras
encomendam mausoléus de antemão, palavras
sabem o signo de cada um, sabem
cantar de olhos fechados
a ladainha de cada dia, as palavras
mágicas,
que só elas...
Dudu:
elas dizem coisas
que não se entende
sem um Houaiss por perto, um Aurélio !
elas fingem dizer coisas
também.
elas não dizem
NADA
às vezes.
Dudu:
palavras também se engasga,
espinha de bacalhau,
susto aguerrido,
coração disparado
saindo pela boca : as palavras.
Dudu:
elas dizem coisas
que não se entende
sem um Houaiss por perto, um Aurélio !
elas fingem dizer coisas
também.
elas não dizem
NADA
às vezes.
Dudu:
dão nome aos bois,
dão certeza & honra
às mais vãs mentiras
que um homem esconde,
"dou minha palavra",
como se valesse ouro
e todos acreditassem...
Dudu:
palavras as tenho
sempre por perto,
como um kit de emergência,
como para-quedas cerzido em nylon camuflado,
para que eu possa
pousar suavemente
em qualquer terreno desconhecido
daqueles que o sol avermelhado batiza doido
muito menos vaca, muito menos
Drummond
que a curvatura
do Oceano Atlântico
prestes a nascer.
Carioquinha,
rastaquera,
skizofrêniko poetinha limpinho
sem traço de areia grudando
no saco.
penso no saco dos homens...
melhor ir dormir desacompanhado...
( é mais barato ! )
vou daqui pra frente
amar um travesseiro !
domingo, 25 de novembro de 2007
( continuidade)( domingo de sábado
Palavras dão nomes aos bois
mas as galinhas não ligam...
nem os peixes,
os búfalos.
Acordo com o sol tocando a face
( olhos semi-cerrados aos poucos se abrem,
herança de um bárbaro/ é ,
não tenho lavado o rosto,
depois do café palavras ...
mas se calar-me? só digitá-las
aos domingos e sábados...
Rômulo de ALmeida Portella
mas as galinhas não ligam...
nem os peixes,
os búfalos.
Acordo com o sol tocando a face
( olhos semi-cerrados aos poucos se abrem,
herança de um bárbaro/ é ,
não tenho lavado o rosto,
depois do café palavras ...
mas se calar-me? só digitá-las
aos domingos e sábados...
Rômulo de ALmeida Portella
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